O governo anunciou nesta semana o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos importados.  O reajuste começou a valer a partir de 16 de Setembro de 2011 e ficará em vigor até dezembro de 2012. Sofrerão com o aumento: automóveis, caminhões, caminhonetes e veículos comerciais leves.

A medida tem objetivos claros: aumentar a taxa de nacionalização dos veículos montados no Brasil, mas que tem parte de seus componentes importados. Outro ponto é freiar as montadoras chinesas, que trazem ao mercado nacional carros com preço competitivo, e que em seu valor agregam peças e equipamentos geralmente ofertados como opcionais pelas fabricantes mais tradicionais.

As montadoras terão 60 dias para regularizar sua linha de montagem com as novas regras. Neste prazo o imposto continua com o valor atual.

OBS: Seguindo acordo firmado entre o Brasil e os países Argentina e México, os componentes importados desses mercados não sofrerão com o reajuste. Portando, os carros que usam peças trazidas pelas marcas de indústrias que trabalham nesses dois mercados, valem como se fossem produzidas no mercado interno.  

Anfavea X Abeiva 

Enquanto a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) se posicionou a favor do aumento de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para veículos importados, a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) rebate com acusações de lobby e pede prazos para o aumento do IPI. 

O presidente da Anfavea Cledorvino Belini disse que a medida vai atrair investimento para o Brasil. "O mundo está mudando e precisamos trazer dinheiro para este País", disse em elevado tom de voz. Um dos argumentos usados é que com o avanço dos veículos importados, o setor automotivo prejudicou em 60% a balança comercial, que já está em déficit de 6 bilhões de dólares somente no segmento.

O presidente da Abeiva, José Luiz Gandini, disse que as associadas têm somente 5,8% do mercado e que isso não configura uma ameaça. "Eles (associados da Anfavea) vendem três vezes mais importados que nós e nós é que ameaçamos o emprego no Brasil?", questionou. A associação vai esperar um bom senso do governo antes de tomar medidas jurídicas contra o aumento. O argumento é a incostitucionalidade. "Para aumentar o IPI assim, seria preciso um prazo de 90 dias e não uma aplicação imediata como está acontecendo", reclamou Gandini. "Com isso vamos voltar aos tempos antes do (presidente Fernando) Collor", lembrou o presidente da Abeiva se referindo aos carros defasados dos anos 80.

Confira como vão ficar os novos preços de alguns dos importados mais vendidos no Brasil:

Hyundai i30: De R$ 62 mil para R$ 96.100.

CHERY QQ: De R$ 22.900 para R$ 31.496.

Kia Soul : De R$ 52.900 para R$ 74.589.

Kia Cerato: De 53.400 para 76.362. 

Jac J3: De R$ 37.900 para R$ 54.197.

Kia Sorento: De R$ 98.400 para R$ 152.520 .

Hyundai ix35: De R$ 85 mil para R$ 131.750.